Cancun: sempre uma delícia!
Aterrissamos no México para conferir a dobradinha Cancun e Riviera Maia. Encontramos resorts cinco estrelas com preços de três, gastronomia da boa, compras sem impostos, baladas…Confira o melhor desse balneário que nunca sai de moda
Muita gente não sabe, mas o principal destino de turismo mexicano nasceu de um projeto ambicioso, que por pouco não virou lenda. Mas graças à ousadia de grandes empresários, Cancun saiu do papel. Eles mesmos escolheram a dedo o lugar onde montariam o que é hoje o maior complexo de lazer do país: uma área com 23 quilômetros de praias na pontinha da Península de Yucatán, dentro do estado de Quintana Roo.
Exatos 41 anos mais tarde, Cancun já soma 148 hotéis, mais de 29 mil leitos e 453 restaurantes. Com a superestrutura, a cidade lembra, sim, a Flórida, como muitos tacharam no início. Só que o destino tem algo a mais: o calor do povo mexicano e a dupla sol e mar no mais autêntico estilo caribenho. Por esses motivos, já atinge a marca de 3 milhões de turistas por ano. No mês de dezembro, quando começa a alta temporada, chega a receber mais de 9 mil visitantes em um dia.
Com o dólar em baixa, resorts all-inclusive na casa dos US$ 100 a diária e o turismo no Brasil com preços nas alturas, pode ser mais vantajoso dar uma esticada até lá. Além disso, também não é exigido visto para os brasileiros. Basta conseguir a autorização eletrônica válida por 30 dias no site do Instituto Nacional de Migracion do México. Se você tiver o visto americano, também é suficiente para entrar no país. Resultado: com tanta facilidade, o Brasil se tornou o nono país do mundo a levar visitantes a Cancun.
Mas ainda existem outros bons motivos para arrumar as malar e partir para lá. Cancun oferece 300 dias de sol por ano, e os mexicanos juram que, ali, as águas têm incríveis sete tons de azul. Consegui distinguir cinco deles – talvez porque escolhi visitar esse paraíso exatamente em alguns dos 65 dias em que a chuva resolveu dar o ar da graça e revirar o mar. Mas se, para muitos, dias molhados e céu nublado representam um tremendo azar, preferi encarar como um refrescante natural para amenizar o calor.
A viagem começa pelo Boulevard Kukulcán, a avenida central de Cancun onde boa parte dos restaurantes, hotéis, bares, shoppings e as praias se concentram. Dali tem-se a primeira impressão do balneário e as razões dele fazer tanto sucesso começam a surgir uma a uma.
No México, todas as praias são públicas, assim os visitantes podem circular tranquilamente entre uma e outra e ninguém precisa ficar restrito apenas as areias próximas ao seu hotel. Vale a pena caminhar a beira mar e conhecer as diferentes enseadas.
Na Playa Ballenas a correnteza forte assusta um pouco os banhistas, mas é um prato cheio para praticantes de esporte com vela e muito popular por quem gosta de esqui aquático. Para curtir águas rasas e tranquilas, a pedida é a Playa Caracol, ideal para quem viaja com crianças. Na mesma pegada, a Tortugas atrai a garotada e têm piscinas naturais e barraquinhas que vendem lanches naturebas. Na orla, um mercado de artesanato empolga com boas sugestões de produtos típicos. Da Tortugas parte o ferryboat para a Isla Mujeres, um passeio que não pode faltar durante sua estadia em Cancun.
O ponto forte da ilha é nadar com golfinhos e na presença de tubarões-baleia. Fora isso, ainda há o Museu Subaquático, uma atração que, como o próprio nome diz, fica encravada nas profundezas marinhas. Lá embaixo, repousam mais de 400 esculturas de figuras humanas, em tamanho real, feitas pelo artista Jason de Caires Taylor. Elas podem ser vistas com snorkel, mergulho com cilindro ou submarino, dependendo da profundidade em que estão.
A Isla Mujeres também é o principal ponto de partida dos barcos que rumam à Isla Contoy, uma área natural protegida desde 1961. A ilha recebe no máximo 200 visitantes por dia. O motivo da restrição é a preservação das 150 espécies de aves e 250 de peixes que vivem na região. Bem ali está o início da segunda maior barreira de corais do mundo, com 1.500 quilômetros de extensão. Ela atravessa os mares do México e termina em Belize e proporciona alguns dos maiores espetáculos da vida marinha caribenha.
Provavelmente, você também vai ouvir falar muito em Puerto Morelos, o vizinho rústico de Cancun. Fica a apenas 20 minutos e é o porto natural mais antigo de Quintana Roo. Tem hotéis mais acessíveis, restaurantes típicos e o mercado de artesanatos Hunab-Ku. A sensação é a de que o povoado parou no tempo. A quem prefira fazer o roteiro inverso da maioria: se hospedar aqui e visitar Cancun. Outra razão que justifica a permanência é a Rota dos Cenotes. Trata-se da boca de rios subterrâneos em que se pode nadar ou mergulhar. Se tiver coragem de encarar a água congelante desses poços naturais, talvez você seja bravo o suficiente para se arriscar em outro desafio: caminhar entre os crocodilos do zoológico interativo Croconun. O Zoo é um programaço para os interessados em conhecer mais sobre a fauna mexicana.
Descontos garantidos
Apesar das praias serem o grande chamariz, o balneário mexicano está muito além disso. Quintana Roo é um estado fronteiriço, com a vantagem de ser livre de impostos!). Dá para se divertir bastante e gastar (não é a toa que os brasileiros deixam ali, em média, US$ 1.900, por pessoa!).
São mais de 2 mil lojas espalhadas pela zona hoteleira e no centro e cerca de 500 grifes. Boa parte delas você encontra no La Isla Shopping Village, que fica na Boulevard Kukulcan. As marcas não diferem de outros centros comerciais espalhados pelo mundo, como Nike, Puma, Calvin Klein, Lacoste, Zara, entre outras. Os preços não são tão bons como nos Estados Unidos, mas em comparação ao Brasil, há vantagens. Não estranhe se ouvir que Cancun é uma mini Miami – longe disso – mas você pode achar pechinchas. No próprio Isla você pode achar calça Diesel por US$ 60 (feitas no México), na Nike há modelos que ainda não chegaram por aqui e preços até 30% menores. Para maquiagem e perfume, dê uma passada na loja Ultra Femme (no mesmo shopping) onda há marcas mais em conta que no free shop. Eletrônicos vale pesquisar na Office Max e na Sanborns, ambas no centro, mas não é garantido que tenham valores tão diferentes dos nossos.
Já artesanato, artigos em prata e as famosas pimentas mexicanas têm lugar certo: o Mercado 28. É uma espécie de camelódromo, não fica longe do estilo agitado da Rua 25 de Março, onde há de tudo um pouco. Difícil escapar dos vendedores, mas os produtos chegam a custar 50% a menos. Com tantas tentações, só não se esqueça de reservar um espaço na bagagem para o produto mais famoso do México: as tequilas. Um bom lugar para adquiri-las é na Hacienda Tequila, que fica no próprio Kukulcan Plaza e tem mais de 500 tipos da bebida para você experimentar.
Além do sistema duty free, em Cancun é possível reduzir o preço de quase tudo com um pouco de pechincha. Em alguns casos, os vendedores já avisam: se você é brasileiro, tem 20% de desconto. Encontrei uma loja de conveniência no La Isla, por exemplo, que vendia desde remédios até malas, e que me alertou sobre a vantagem. Foi uma boa, já que precisei de uma bagagem extra para dar conta da quantidade de tequilas encomendadas por amigos e familiares. Paguei em cada garrafa meros US$ 10, algo em torno de R$ 16 (no Brasil, não sai por menos de R$ 55).
O balneário mexicano que se popularizou como o paraíso das compras e da lua de mel também pode ser um excelente destino para quem nem de longe quer pensar em romance. Na casa noturna mais frequentada da região, a Coco Bongo, sósias da Beyoncé, Elvis Presley, Madonna e Michael Jackson descem do teto amarrados em cordas. O pirata Jack Sparrow, o Batman e o Homem Aranha travam lutas com espadas no palco e a tequila roda mais do que água enquanto DJs lembram a todo momento que você está em Cancun, a cidade sem limites. Não chega a ser um exagero – o excesso de liberdade surpreende muitas turistas. Mas essa atmosfera do “tudo pode” está restrita apenas as baladas, fora isso, o destino é tranquilo e familiar.
Na The City Discotheque, há um espaço dedicado para o after party. No fim da noitada, por volta das seis da manhã, um novo ambiente é aberto e a balada continua, com mais música e bebida para quem ainda tiver pique. E muita gente tem. Já o Bulldog Café ganhou fama pelos Bikini Contests que promove. Mulheres com trajes de banho dançam de forma envolvente e tentam agradar o público para serem eleitas a garota da noite. Ainda há as festas da espuma – onde todo fica molhado.
Mas nem todo mundo quer saber só de baladas. Praias, comida boa e diversão também são itens que Cancun tem de sobra. No país onde a culinária é patrimônio imaterial, os restaurantes viraram atração. Até mesmo as cadeias internacionais incorporaram aos seus cardápios tacos, chillis, guacamoles, tortillas, burritos e outros pratos presentes nas mesas dos mexicanos. Caso do Bubba Gamp Shrimp Co., uma opção divertida para quem é fã de camarão e de Forrest Gump, já que a decoração é inspirada no filme. O Los Pericos é o mais turístico de Cancun e ótimo para fugir dos restaurantes americanizados para saborear a autêntica cozinha mexicana. Dá vontade de ir uma, duas, três vezes para saborear Ceviche Pericos e Langosta Caribeña. O Hacienda El Mortero faz o mesmo estilo. Tem apresentações de mariachis e mais de 110 rótulos diferentes de tequila. Para acompanhar a parrillada de mariscos, a especialidade da casa, peça um shot da Jimador, a prima rica da José Cuervo.
Os resorts com sistema all inclusive também oferecem o melhor da gastronomia típica e da cozinha internacional. Eles não perdem em nada para as centenas de centros gastronômicos espalhados pela Boulevard Kukulcan. Alguns hotéis têm restaurantes com categoria quatro e cinco diamantes ou com estrelas Michelan. Cada um garante uma experiência diferente, mas em todos se come e bebe muito. Sem contar que são uma opção prática para aproveitar mais o tempo esparramado nas espreguiçadeiras das praias dos resorts ou aproveitando as atividades que esses complexos oferecem: esqui aquático, passeios de jet ski, mergulho, parapente, caiaques e pedalinhos são algumas sugestões.
Pelo menos foi isso o que pude comprovar no Grand Oasis Cancun Resort. O hotel tem seu pedacinho de areia de frente para o mar. E nada menos que 16 bares e 14 restaurantes com comida asiática, italiana, mexicana – só para citar alguns. Os seus 736 quartos estão distribuídos em seis andares de um prédio em formato de pirâmide maia, que também abriga um spa completo, fitness Center, disco, quadras de tênis e um dos 13 campos de golfe existentes em Cancun (aliás, a cidade é a única sede da liga PGA fora dos Estados Unidos).
O novíssimo ME Cancun, da rede Meliá, é mais luxuoso e, apesar de ter 11 andares, possui 417 suítes e cinco restaurantes. Recentemente, aderiu à receita de sucesso dos hotéis caribenhos e passou a adotar o sistema all-inclusive. Se durante o dia são as praias e a piscina com borda infinita que fascinam os hóspedes, à noite, o point é o Rose Bar e o Beach Club. DJs animam o ambiente pé-na-areia com músicas dos anos 80 e 90 e muito champanhe anima quem está por ali. Além do Grand Oasis e do ME, outras 110 hospedarias estão classificadas como cinco diamantes e cinco estrelas. Seja qual for a categoria, a maioria tem vista para o mar das Caraíbas e para a Lagoa de Nitchupté, já que o balneário fica em um pedaço de terra cercada de água por todos os lados.
Os tesouros da Riviera Maia
A menos de duas horas de Cancun encontram-se ruínas de construções erguidas pelos povos maias. Contemporâneos dos astecas e incas, eles habitaram as redondezas a partir de 1.000 anos antes de Cristo e permaneceram até a chegada dos colonizadores espanhóis. Por essa razão, a região ganhou o simpático nome de Riviera Maia. Apesar de estar longe de ter a fama de Cancun, ela vem sendo apontada como a futura “queridinha” dos brasileiros – e por motivos justos.
A Riviera compreende uma zona costeira de 200 quilômetros de extensão. Começa em Puerto Morelos, segue pelas cidades Playa Del Carmen e Tulum até chegar em Cobá. Vale lembrar, porém, que ela reúne apenas parte do mundo maia, cuja dimensão completa tem o mesmo tamanho do Amazonas (e inclui os Estados mexicanos de Campeche, Tabasco, Yucatán e Quintana Roo, além de Honduras e Guatemala). Somente na Península de Yucatán, onde estão localizadas Cancun e a Riviera Maia, existem 1.033 sítios arqueológicos.
Ao deixar Puerto Morelos, seguindo a rota no sentido norte-sul, o primeiro ponto para visitar é Playa Del Carmen. Há exatos 21 anos, a cidade não somava 10 mil moradores. Hoje, tem cerca de 750 mil habitantes. Mesmo com a proximidade de Cancun, ela nem de longe lembra a sofisticação e o agito. Geralmente é um passeio de meio dia, mas há quem prefira se hospedar por lá em razão dos preços. Os hotéis são bem menores – como o Sandos Playacar -, e as lojas, pubs e restaurantes são mais baratos. Ao invés de casais em lua de mel e adolescentes, o destino é frequentado por adultos descolados, especialmente europeus. São eles que lotam os bares da Quinta Avenida à noite, a rua que concentra o comércio e os points gastronômicos. O favorito de 100 entre 100 turistas é o restaurante Yaxche (se pronuncia “jag shey”), exclusivamente de culinária maia.
As proximidades da Calle 42 é outro ponto disputadíssimo. O Mamitas Beach Club, por exemplo, abriga um restaurante e um bar com proposta de clube de praia, com lounges e gazebos à beira-mar. Se pretende ficar em resort na Riviera Maia, vá fundo. Os prédios faraônicos preenchem de ponta a ponta a principal estrada que corta a região. Passei alguns dias no Grand Riviera Princess, a 10 km de Playa de Carmen, e encontrei tudo o que precisava – e mais um pouco. Afinal, quem necessita de 1.500 dormitórios, 12 piscinas e nove restaurantes?
Como Playa Del Carmen é o coração da Riviera Maia, dali partem passeios para as principais atrações. É o caso de Cozumel, a maior ilha do México. Mas ir até ela significa pular cedo da cama. A viagem dura 45 minutos e os primeiros ferry boats saem assim que o sol aparece. Mesmo com praias intocadas, pouca infra e opções gastronômicas limitadas, ainda sim, a ilha recebe, em média, 13 navios todo santo dia. Isso quer dizer que o número de cruzeiros que aportam ali em menos de 24 horas é o mesmo que em uma semana em Cancun.
Há um motivo especial para tanta gente ir para lá: o mergulho. O fundo do mar de Cozumel tem paredões incríveis e águas tão claras que a visibilidade chega a 30 metros de profundidade. O segundo maior recife de coral do planeta passa pela região, o que garante uma das maiores diversidades marinhas do mundo. Também há atrativos fora do mar. Construções maias datadas de 300 anos antes de Cristo ainda podem ser vistas no sítio arqueológico de San Gervasio.
Da Playa Del Carmen também é possível chegar a Xcaret, que não pode ficar de fora da agenda de passeios na Riviera. Ele é o mais badalado parque da região e o preferido de quem curte esportes de aventura. Conta com uma ampla estrutura de lazer e atividades recreativas. Para aproveitar cada uma das atrações organize seu tempo para conseguir desfrutar as praias e piscinas naturais, os mergulhos com snorkel e as tartarugas gigantes que você pode ver bem de perto.
Reserve uns minutinhos a mais para nadar com golfinhos e atravessar o rio subterrâneo de quase um quilômetro. Se eu tivesse que escolher o ponto alto da viagem, certamente seria o espetáculo apresentado no final do dia. Portanto, não saia de lá sem assisti-lo. A encenação conta o passado do México, desde a época dos povos maias, até a chegada dos espanhóis. Se você pensa que não vai entender nada, prepare-se para viver fortes emoções. Se der tempo estique também até o Xel-Há, um parque aquático com ótima infraestrutura e aquários incríveis, e pelo Xplor, que conta com tirolesas, caminhadas na mata e expedição em cavernas.
O próximo destino do roteiro maia é Tulum, a duas horas de ônibus de Cancun. A cidade foi construída sobre um penhasco de frente para as Caraíbas. Por isso, tem a perfeita combinação da arquitetura milenar, águas azul turquesa e praias de areia branca – tudo na mesma foto. Ela é a única cidade maia à beira-mar e servia como fortaleza de defesa. Uma vez na porta de entrada do parque arqueológico, você tem duas opções para chegar até as construções: a pé ou de trenzinho. Debaixo do calor de rachar, não tive dúvida: fui no trem. A pequena locomotiva para ao lado da entrada da muralha que envolve as ruínas. Contrate um guia para explicar as curiosidades por trás de cada uma delas. Dizem que uma das construções é capaz de alertar pelo assovio dos ventos que passam pelas paredes quando um furacão está prestes a chegar. Se é verdade ou não, não queira pagar para ver. Prefira se preocupar apenas em achar a enorme escada de madeira que dá acesso à praia e aproveite para nadar, largatear ao sol ou apenas apreciar a paisagem. Mas esteja certo de que não estará sozinho nessa empreitada: Tulum chega a receber até 3 mil turistas por dia.
Mesmo com tanta gente, a cidade é o refúgio para quem não está a fim de enfrentar o agito da badalada Cancun. Boa parte das hospedarias dali são pequenos bangalôs charmosos e românticos, portanto, uma boa pedida para casais em lua de mel. O Be Tulum é um hotel boutique para quem se permite algumas extravagâncias. São apenas 20 suítes e as diárias não saem por menos de US$ 285. O Los Lírios e o Piedra Escondida também são opções sofisticadas e com preços medianos.
Outra vantagem de ficar em Tulum é a possibilidade de fazer o tour noturno às ruínas, quando a zona arqueológica ganha iluminação especial. Ou ainda tomar banhos refrescantes nos cenotes. Os maias acreditavam que esses poços faziam a ligação com o mundo dos mortos. Se realmente há essa conexão eu não sei, mas que realmente eles fazem a combinação perfeita com os tais sete tons de azul do mar caribenho, não há dúvida!
Chichén Itza, a maior cidade maia
Dizem que é um crime ir a Cancun e não conhecer as ruínas de Chichén Itza. E é mesmo! A cidade não faz parte da Riviera, mas é o maior sítio arqueológico maia já encontrado. Provavelmente foi abandonada em 1250 depois de Cristo, mas ainda reúne em uma enorme área o que sobrou de templos, pirâmides, um observatório astronômico e até uma espécie de campo de futebol, onde os maias realizavam as partidas.
A imponente Pirâmide de Kukulcán é o cartão-postal de Chichén Itza. Mais do que isso, ela foi tombada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1988 e eleita uma das sete maravilhas modernas. Tem 30 metros de altura, 365 degraus e foi erguida com base na posição do sol para indicar os dias do ano. O calendário maia é curioso, pois se baseia em ciclos de destruição e reconstrução do mundo. Segundo os cálculos, o próximo ciclo se fecha em 2012. Se a previsão estiver certa, é bom se programar para visitar logo a região.
Os maias também eram experts em arquitetura. Nos dias do equinócio (quando o dia e a noite têm a mesma duração) da primavera e do outono do hemisfério norte, que acontecem em 21 de março e 23 de setembro, a posição do sol cria a sombra do corpo de uma cobra na pirâmide. À medida que as horas passam, a imagem da serpente desce em direção à base da escadaria até se encontrar com a escultura da cabeça de serpente aos pés da construção, completando o animal. O fenômeno pode ser observado durante os cinco dias mais próximos aos equinócios, quando Chichén Itza fica repleta de visitantes. O efeito começa cerca de 3 horas antes do pôr do sol e dura somente 10 minutos. O suficiente para encantar e impressionar. Se você não teve a sorte de conhecer as ruínas em uma dessas datas, saiba que Chichén Itza é incrível em qualquer época do ano. E até mesmo debaixo de muita chuva, como pude constatar.
Esqueça os furacões
Assim como outros destinos caribenhos, Cancun está sujeita a furacões. É bom saber, porém, que o fenômeno natural não deve ser motivo de preocupação a quem está de malas prontas para lá. Equipes especializadas estudam dia após dia as condições meteorológicas da região e conseguem prever com até um ano de antecedência o minuto exato da chegada. Como a temporada dos furacões vai de junho até o final de outubro, muitos resorts oferecem diárias com descontos que variam de 10% a 30%. Aliás, desde 2005, a cidade não é acometida por ventos tão fortes quanto os do Wilma, que deixou suas marcas por ali naquele ano. Nenhum hotel da zona hoteleira escapou intacto e, durante um ano, a cidade teve de trabalhar duro para se reerguer. Até a areia da praia teve de ser reconstruída. Mais de 1 bilhão de galões de areia foram retirados do fundo do mar e utilizados para refacer a orla.
Fonte: http://www.revistaviajar.com.br/artigos/ler/429/cancun-sempre-uma-delicia#.U9-XGfldVTY